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Juscelino terá de explicar a Lula recontratação de bolsonaristas e outras denúncias
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (MA), um dos três indicados para compor o ministério do governo Lula pelo União Brasil, vai ter de comprovar a sua inocência ao presidente da República até a próxima segunda-feira (6). O ministro está sendo acusado de diversas irregularidades e até de traição ao presidente por ter recontratado para a pasta que comanda bolsonaristas que haviam sido demitidos por ordem do Palácio do Planalto.
Juscelino tem de explicar também seu possível envolvimento em denúncias como a de ocultação de patrimônio, que segundo o jornal O Estado de S. Paulo, chega a R$ 2,2 milhões relativos a cavalos da raça Quarto de Milha que possui. Esse valor deveria ter sido declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o ministro não fez.
Ele também é suspeito de uso indevido de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e o pagamento de diárias e hospedagem com recursos públicos, para participar de um leilão de cavalos de raça, além de utilizar o orçamento secreto para beneficiar uma propriedade da família.
Por fim, o ministro das Comunicações nomeou o advogado Antonio Malva Neto como diretor do Departamento de Radiodifusão Privada da pasta. Neto é sócio do empresário Willer Tomaz, “parceiro e amigo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele também empregou no ministério a irmã do sócio do haras de sua família. Tatiana Marques Gaspar da Silva foi contratada como assessora especial do ministro com salário de R$ 13,6 mil.
Explicações a Lula
Diante das denúncias, o presidente Lula disse na quinta-feira (2) que pediu ao ministro da Casa Civil para convocar Juscelino para segunda-feira (6), para a uma conversa.
“Ele tem direito de provar sua inocência. Mas, se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo”, disse o presidente à BandNewsFM. Lula afirmou também que tentou conversar com Juscelino durante a semana, mas o ministro “está no exterior a serviço do ministério, num encontro de telecomunicações”.
Lula já havia advertido em 6 de janeiro durante reunião ministerial que todos teriam seu apoio, mas se fizessem algo de errado sairia do governo
Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”.
A aliança com o União Brasil
Para manter a governabilidade diante de um Congresso Nacional conservador o presidente Lula compôs um ministério com diversos partidos, entre eles o União Brasil, que nasceu da fusão do PSL, antigo partido pelo qual Jair Bolsonaro foi eleito em 2018, e do DEM.
O União Brasil tem uma bancada de 61 deputados federais e nove senadores, mas o partido não se aliou incondicionalmente ao governo Lula. O próprio presidente da legenda, Luciano Bivar, já declarou à imprensa que o partido deve votar com o governo somente quando for “de interesse do Brasil”.
Além de Juscelino, Daniela do Waguinho (RJ), no Ministério do Turismo, e Waldez Góes (AP), na Integração e Desenvolvimento Regional.
Com informações da RBA.