Balanço da ECO/CUT na estratégia da Política Nacional de Formação da CUT

O desafio de formar quadros dirigentes do movimento sindical CUTista para atuação nos mundos do trabalho, nos espaços institucionais e na sociedade balizou ação da Escola Centro-Oeste Apolônio de Carvalho (ECO-CUT) no último período, em consonância com a estratégia da Política Nacional de Formação da CUT.

Este desafio assumido pela ECO/CUT visou fortalecer a concepção e prática sindical combativa, classista, democrática, pela base e de massas, que fundamentam o projeto de liberdade e autonomia da Central Única, num contexto marcado pela ofensiva internacional do capital contra os direitos da classe trabalhadora e pela ascensão da ideologia conservadora na sociedade brasileira.

Nesta perspectiva, as ações formativas desenvolvidas buscaram o diálogo permanente com as diretrizes estratégicas da CUT de impulsionar a luta por desenvolvimento sustentável com soberania popular, igualdade, valorização do trabalho e unidade de ação com os atores sociais do campo progressista para a disputa de hegemonia, e de atualizar o projeto político-organizativo da CUT para os próximos 10 anos, ampliando as potencialidades para organizar a maioria da classe trabalhadora.

Consciente do seu papel como instância ativa para a materialização da estratégia da Central e de sua Rede de Formação na Região Centro Oeste, a Escola Sindical Apolônio de Carvalho priorizou a implementação dos programas formativos do Plano Nacional de Formação de Dirigentes (PNFD) e ainda articulou, junto às Estaduais da CUT, a participação de dirigentes sindicais nos cursos de Comunicação, Gestão Sindical e Sindicalismo Internacional, coordenados pela Secretaria Nacional de Formação da CUT.

Desta forma, o desenvolvimento dos programas Organização e Representação Sindical de Base (ORSB), Formação de Formadores (FF), Negociação e Contratação Coletiva (NCC) e Desenvolvimento, Políticas Públicas e Ação Regional (DPPAR/ formação de conselheiros) contribuiu para qualificar a intervenção de dirigentes e militantes do movimento sindical CUTista nos locais de trabalho, nos espaços de controle social das políticas públicas e nas diversas frentes de luta construídas pelos sindicatos de base, Ramos e CUTs Estaduais, em aliança com os movimentos sociais.

Ao colocar em prática suas ações formativas, a ECO/CUT concebe a formação, organização e mobilização como dimensões indissociáveis da práxis verdadeiramente transformadora da realidade. Por isso, acreditamos que a nossa formação sindical cutista tem cumprido um papel estratégico para combater a ideologia hegemônica e expressar a identidade da classe trabalhadora na luta por um projeto democrático, igualitário e solidário de sociedade para o Brasil. Esta perspectiva classista e popular de sociedade reforça o senso de justiça dos/as trabalhadores/as contra as tentativas de golpe à ordem democrática e aos direitos recentemente conquistados.

Acreditamos também que a construção de um projeto soberano de nação começa no território, potencializando as manifestações indenitárias, valores e práticas sociais emancipatórias dos atores que disputam o poder local e o uso e conservação dos seus recursos naturais. Daí a importância da Pedagogia do Cerrado como instrumento educativo dos/as trabalhadores/as para as lutas contra a degradação do bioma e do povo do cerrado, fruto da expansão do agronegócio e da presença das multinacionais estrangeiras na região Centro-Oeste.

Ainda neste âmbito, a formação de quadros dirigentes para a disputa contra-hegemônica na sociedade e nos mundos do trabalho possibilitou refletir a correlação de forças entre capital e trabalhadores, a partir da crítica ao aprofundamento da exploração e precarização nas relações de trabalho. A tendência de acumulação flexível do capital nos processos produtivos coloca como prioridade a apropriação de instrumentos de análise e luta coletiva que enfrentem a precarização do trabalho como resposta à crise atual do capitalismo. Tais análises fundamentaram a proposta dos programas de ORSB e NCC desenvolvidos pela ECO/CUT.

Compreendendo que a ação sindical não deve se limitar à representação dos interesses imediatos dos/as trabalhadores/as nos processos negociais em relação aos locais de trabalho, a Escola Sindical Apolônio de Carvalho tem direcionado à sua ação formativa para fortalecer a proposta de sindicalismo cidadão, gestada pela CUT. Em sendo assim, o programa de formação de conselheiros/as (DPPAR) qualificou dirigentes de sindicatos e das Estaduais da CUT na região Centro-Oeste para intervir nos espaços de gestão e controle social de políticas públicas, articulado à Plataforma de Desenvolvimento da CUT.

A Escola Sindical Apolônio de Carvalho tem se tornado uma referência no debate e formulação de políticas públicas voltadas para a economia solidária e para o desenvolvimento territorial. Essa atuação estratégica está contribuindo para a perspectiva do sindicalismo cidadão incida na agenda do Estado, garantindo que os conteúdos das lutas sociais dos movimentos populares e sindical sejam reconhecidos na construção das políticas de cooperativismo, geração de trabalho e renda, inclusão social, fortalecimento da agricultura familiar e sustentabilidade ambiental nos territórios rurais e urbanos.

Essas duas vertentes de ação se consubstanciaram, de um lado, com a parceria da Escola com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial, para execução dos eixos do Programa Nacional de Ações Territoriais (PRONAT), e, do outro, com a parceria o Ministério do Trabalho e Emprego, a partir da atuação da ECO-CUT como Centro de Formação em Economia Solidária da Região Centro-Oeste (CFES Centro-Oeste), em aliança com os empreendimentos e entidade de apoio do cooperativismo solidário.

Cabe ressaltar que o CFES Centro-Oeste é uma iniciativa responsável por desenvolver processos metodológicos de formação de trabalhadores para autogestão de empreendimentos econômico-solidários e, ao mesmo tempo, um instrumento de articulação de experiências de fomento e apoio à economia solidária enquanto modelo alternativo de relações sociais e de produção com base na livre associação, cooperação, intercâmbio e sustentabilidade socioambiental.

Essa trajetória exitosa conquistada pela ECO-CUT nos últimos anos, reforça o seu papel fundamental no enraizamento do projeto político-organizativo da CUT no Centro-Oeste e no fortalecimento do protagonismo da classe trabalhadores nos rumos do desenvolvimento regional/territorial e brasileiro.

Equipe de Educadores (as) da ECO/CUT

[learn_press_profile]

By ecocut

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *