A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quarta-feira (6), 10 mandados de busca e apreensão contra supostos financiadores dos bloqueios em rodovias federais feitos por bolsonaristas contra o resultado eleitoral que confirmou a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022.
Os mandados da Operação Parada Obrigatória foram expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal de Mato Grosso nos municípios de Pontes e Lacerda (MT) e Campo Grande (MS).
De acordo com a PF, manifestantes bloquearam a Rodovia BR-174, que interliga os estados brasileiros de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Roraima à Venezuela, e teriam agredido e ameaçado motoristas que tentaram furar os bloqueios.
Os investigados podem responder pelos crimes de constrangimento ilegal, lesão corporal, incitação ao crime, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático, dentre outros. Somadas, as penas ultrapassam 13 anos de prisão.
Na época dos bloqueios, materiais que circulavam em canais de extrema direita na internet diziam que a interrupção do tráfego nas estradas era capitaneada por caminhoneiros. A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), no entanto, negou qualquer ligação com os atos e prometeu processar os empresários financiadores.
“Ninguém faz churrasco de graça para ninguém. Existe uma parcela muito pequena de caminhoneiros que de fato apoia o presidente Bolsonaro. Mas a outra parcela, de 80% a 90%, quer trabalhar e está sendo prejudicada”, disse Wallace Landim, presidente da Abrava, ao Congresso em Foco, na ocasião.
“Estão falando que os caminhoneiros estão parando as rodovias para salvar o país, pedindo intervenção militar e impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Até hoje não tive informação de que fecharam os comércios dos apoiadores do presidente, nem as fábricas de fertilizantes e do pessoal que produz soja. Eles estão por trás disso, mas é o caminhoneiro que está levando a fama”, declarou.
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